sábado, 29 de novembro de 2008

Cotas para universidades federais

Sobre a aprovação do projeto que cria a cota de 50% das vagas em universidades federais para estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas publicas: como pode um país assinar seu atestado de incompetência com tanta cara de pau? Como pode achar certo jogar um estudante mal preparado pelo ensino público dentro de uma universidade? Como pode um aluno comemorar esta decisão ? Este é o sistema de cotas para universidades federais no Brasil. Ciente da ineficiência da rede de ensino público, o governo, ao invés de investir para melhorá-lo, facilita a entrada na universidade para alunos que o cursaram. Por que não equiparar as redes de ensino do país? Por que não preparar todos os estudantes com a mesma qualidade? Será porque é mais demorado e caro? Por que criar notas para negros e pardos? A cor de pele faz um aluno ser menos capaz? O aluno negro que estuda na mesma rede pública que o branco aprende menos? As pessoas raciocinam com o cérebro e não com a pele. Por que o aluno que pôde freqüentar escolas pagas e estudou para entrar numa boa universidade tem que perder sua vaga para o aluno que não foi bem preparado pelas más escolas que o governo oferece? Não entendo a política de cotas. Não significa igualdade para ninguém e sim mentira, hipocrisia e ilusão. Ilusão para um povo que prossegue com esta educação vergonhosa que cria um ciclo vicioso: má educação se transforma em falta de oportunidade que se reflete em criminalidade e profissionais menos competentes que servem a todos nós. Por toda esta incoerência digo NÃO às cotas e sonho com o dia em que o brasil vai ser um país que educa de forma igualitária, ampla e verdadeira.

Janaína Castro, Estudante da UEL
Publicado no Jornal de Londrina segunda-feira, 24 de novembro de 2008